Tyson Foods eleva oferta pela Hillshire e Pilgrim’s Pride desiste da compra

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O grupo norte-americano de alimentos Tyson Foods anunciou nesta segunda-feira que elevou sua oferta pela Hillshire Brands, o que levou a sua rival Pilgrim's Pride, filial do grupo brasileiro JBS, a desistir da disputa pela compra.

Em um comunicado, a Tyson Foods informou ter elevado sua oferta de compra da Hillshire, conhecida por suas populares salchichas, a US$ 63 por ação, "um valor total de US$ 8,55 bilhões de dólares", contra os US$ 6,1 bilhões oferecidos na semana passada. A cifra total inclui a dívida da Hillshire. 

O grupo supera assim a oferta de US$ 6,7 bilhões da Pilgrim's Pride, que retirou sua proposta de compra. O presidente da Pilgrim's, Bill Lovette, explicou que o grupo considerou "de interesse dos acionistas não aumentar o preço" proposto de US$ 55 por ação.

Para os acionistas da Hillshire, em particular, o fundo de investimentos norte-americano Blackstone, parece um bom negócio, já que o preço proposto é 70,2% (ou US$ 26) superior à última cotação da ação antes da primeira oferta da Pilgrim's. "O conselho de administração ainda não aprovou a oferta da Tyson Foods", lembrou, contudo, a Hillshire Brands.

Para efetivar a compra, a Tyson exige que a Hillshire ponha fim a sua tentativa de compra de outro grupo do setor, a Pinnacle Foods. Esta operação de US$ 6,6 bilhões de dólares em ações e dinheiro poderia permitir a Hillshire, cuja atividade se concentra no processamento de carne, ampliar suas atividades a produtos congelados. A Hillshire destacou que, ao renunciar à compra de Pinnacle, deve pagar multa de US$ 163 milhões.

Quem ganhar a disputa pela Hillshire "poderia acabar sendo o perdedor", consideraram os analistas do banco Credit Suisse em nota. Para eles, esta proposta de compra da Tyson Foods parece mais uma forma de "desespero" que um verdadeiro golpe estratégico, após seu fracasso na compra da empresa fabricante de ovos e batatas Michael Foods.

O que a Tyson Foods tem a ganhar

A compra da Pilgrim's Pride pode permitir à Tyson Foods, que produz framgos e exporta carne bovina, ganhar destaque no setor de pratos prontos em um momento em que os consumidores mudam seus hábitos alimentares, em particular, para o nicho de comida para café da manhã, cada vez mais competitivo.

"Nossa estratégia sempre foi desenvolver nossa atividade de pratos prontos para nos transformar em líderes do setor", disse o presidente da Tyson Foods, Donnie Smith, citado no comunicado divulgado nesta segunda-feira.

A Tyson pode se beneficiar também de um contexto muito favorável aos produtores de carne bovina nos Estados Unidos. Suas margens aumentaram com a alta dos preços, segundo a consultoria Trefis. A demanda por frango, a carne mais barata, está em seu máximo em três anos, enquanto o custo do milho com o qual os produtores alimentam o gado caiu.

A operação permitiria, além disso, que a Tyson Foods – com um faturamento de US$ 34,37 bilhões no ano passado –  economize até US$ 300 milhões por ano, segundo estimativas.

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