Os legados econômicos da Copa do Mundo no Brasil — usados pelo governo federal para defender a realização do evento — começam a ser mensurados por estudos. Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) encomendada pelo Ministério do Turismo, o torneio deve injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia brasileira.
O cálculo da Fipe se baseia em um mapeamento sobre o impacto econômico da Copa das Confederações, que teria adicionado R$ 9,7 bilhões ao produto Interno Bruto (PIB). Caso as projeções se confirmem, o valor acrescido ao PIB será superior aos investimentos de R$ 25,6 bilhões previstos na Matriz de Responsabilidades, que estipula obrigações de autoridades e outras entidades vinculadas à Copa.
O valor inclui R$ 8 bilhões usados na construção e reforma dos estádios, e o restante se refere a obras de mobilidade urbana, portos e aeroportos, além de investimentos em infraestrutura turística, segurança, telecomunicações e instalações complementares.
A pesquisa também aborda a geração de empregos pela competição. No total, foram criados cerca de 1 milhão de postos de trabalho no país — dos quais 710 mil são fixas e 200 mil, temporários. O número equivale a mais de 15% dos 4,8 milhões de empregos formais registrados ao longo do governo da presidenta Dilma Rousseff.
Os investimentos para receber os megaeventos esportivos contribuíram, ainda, para que o Brasil se capacitasse em outras áreas. De 2003 a 2013, o país subiu da 19ª para a 9ª colocação no ranking das nações que mais hospedam congressos e convenções associativas. Neste período, o total de eventos realizados saltou de 62 para 315.
O estudo analisa os impactos iniciais, diretos, indiretos e induzidos na economia. Como base para o cálculo, utilizou-se a soma dos investimentos públicos e privados em infraestrutura (R$ 9,1 bilhões), dos gastos dos turistas nacionais (R$ 346 milhões) e estrangeiros (R$ 102 milhões) e dos investimentos do Comitê Organizador Local no evento (R$ 311 milhões). Desses valores, veio o efeito multiplicador na cadeia produtiva.
Não foram só as grandes empresas que se beneficiaram dos impactos econômicos do evento. O conjunto de 43.910 micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais que buscaram o auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para potencializar suas receitas durante a Copa devem ter faturamento adicional superior a R$ 500 mil até o fim da competição.
A expectativa era que se atingisse a marca de R$ 500 milhões ao fim do torneio, mas o resultado foi ultrapassado já nesta semana. O projeto contou com investimentos de R$ 90 milhões, direcionados às 12 cidades-sede da Copa. Entre as empresas participantes, 10 mil permanecem com o Sebrae. Os setores que mais se desenvolveram no projeto foram construção civil, turismo e serviços.
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