O Brasil foi o país da América Latina mais ameaçado por ciberataques no primeiro semestre de 2014, segundo números da Kasperky Lab, empresa de antivírus e segurança de internet. Foram quase 11 milhões de ataques na web só no país nesse período. Segundo o diretor geral da empresa, Claudio Martinelli, um somatório de aspectos faz o Brasil ser o alvo preferencial, como alto volume de operações em dinheiro pela internet e a falta de investimento em segurança pelos usuários.
O relatório apontou ainda que o Brasil também lidera entre os países da América Latina em termos de hospedagem de sites mal-intencionados: mais de 1,8 milhão de endereços virtuais no país foram usados em ataques contra usuários do mundo inteiro este ano.
O ambiente de dispositivos móveis, de acordo com Martinelli, é ainda mais preocupante, pois tem atraído interesse de criminosos de todas as partes do mundo. “As empresas estão criando os aplicativos móveis e o usuário brasileiro é muito inexperiente, sem noção do risco, e o criminoso já sabe disso”, afirmou.
Os maiores riscos são aplicações legitimas, mas que têm outra finalidade. “Após o sucesso do jogo Flappy Bird, surgiram muitos clones para pegar carona no sucesso. Dos 300 que foram criados, 238 tinham algum tipo de malware (software malicioso)”, disse o Engenheiro Sênior da McAfee, Thiago Hyppolito,
Vírus em dispositivos móveis crescem 167% em 2014
O volume de malwares para dispositivos móveis no primeiro trimestre de 2014 apresentou crescimento de 167% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo relatório da McAfee, empresa integrante da Intel Security,. Foram encontradas 760 mil novas ameaças móveis, alcançando a marca de quatro milhões de malwares existentes.
Um risco que poucas pessoas se preocupam, segundo Martinelli, é que só o fato de compartilhar a mesma internet já oferece risco. “Não adianta só deixar de usar no desktop, para usar no tablet, o risco é o mesmo. O malware pode estar no computador, smartphone ou até mesmo no roteador wi-fi”, afirmou.
A atividade criminosa, a partir de dispositivos móveis, vem se aprimorando ao longo do tempo. Recentemente, os desenvolvedores de malware começaram a usar recursos indevidamente ou a explorar vulnerabilidades não apenas da plataforma, mas também de aplicativos e serviços legítimos. A maior parte deles tenta roubar informações confidenciais ou enviar mensagens SMS para serviços pagos.
Para o diretor de Marketing da AVG Brasil, Mariano Sumrell, a questão é que toda uma geração não tem a consciência dos riscos, principalmente com dispositivos móveis. Já Hyppolito recomenda ler com atenção as permissões do aplicativo baixado, verificar ao que terá acesso e evitar fazer download fora das lojas oficiais, como o Google Store e Apple Store.
Além disso, destaca que até mesmo ao conectar o smartphone em um computador, mesmo que seja apenas para recarregar a bateria, o dispositivo pode ser infectado. “Quando conecta em um computador ele funciona como um pendrive, o PC tem acesso ao aparelho. Quando usar apenas para recarregar, é importante não desbloquear a tela do seu smartphone e ter sempre uma senha”, disse.
Perigo que vem das redes sociais
No Brasil também é ainda muito comum ameaças via redes sociais, principalmente com falsos conteúdos . “Agora se fala muito do Ebola e tem muita mensagem saindo sobre o caso e que na verdade é vírus, assim como possíveis fotos do avião do Eduardo Campos”, disse o diretor da Kasperky Lab, Martinelli
Atualmente, uma das maiores ameaças é o crime do boleto. “Criminosos criaram um tipo de malware que modificamboleto. Isso está infestando o Brasil. Já foram140 mil vitimas desse caso”, disse Martinelli
Para evitar os riscos, especialistas recomendam que, além de ter um bom antivírus no computador e nos dispositivos moveis, é importante mantê-lo atualizado.
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