IBM traz o supercomputador Watson para o mercado brasileiro

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Nos últimos anos, a IBM não tem medido esforços para se posicionar como a principal ponta de lança de tecnologias inovadoras de big data, social, nuvem e mobilidade. E a operação brasileira da “Big Blue” está no centro de mais um importante passo nesse caminho recente da empresa. A companhia está trazendo para o país o supercomputador Watson, grande vedete de sua recém-criada divisão de computação cognitiva. 

Fruto de um projeto ambicioso da IBM na área de inteligência artificial, o Watson é dotado de sistemas capazes de responder aos mais variados tipos de perguntas, com base na análise e na interpretação de grandes volumes de dados. Há pouco mais de três anos, o supercomputador chamou a atenção ao superar dois dos maiores campeões do “Jeopardy”, famoso programa de perguntas e respostas da TV americana. 

“Criamos um centro de competência no Brasil para essa tecnologia e fechamos um grupo com os seis primeiros clientes para testar essa aplicação no país. Esse será o nosso foco nessa área em 2015”, diz Rodrigo Kede, presidente da IBM no Brasil. O grupo para os projetos piloto do Watson no Brasil inclui empresas de segmentos como varejo, saúde, indústria, comércio eletrônico e o Bradesco, cliente que já havia sido anunciado recentemente como o primeiro a investir nessa frente no país. 

Segundo o executivo, essas empresas farão parte de uma primeira onda de conversão da tecnologia para o português. A primeira etapa desse processo será o planejamento para identificar quais impactos a computação cognitiva poderá trazer nos negócios dessas empresas. “O fato de usar o conteúdo desses clientes vai acelerar o processo de conversão, pois não se trata simplesmente de traduzir a plataforma. Ao mesmo tempo, vamos trazer alguns casos de aplicações globais para serem testados no Brasil”, observa. 

Criada no início desse ano com o objetivo de consolidar o Watson como um produto gerador de receitas, a divisão global de computação cognitiva concentrou um investimento de US$ 1 bilhão, aporte que integra, entre outras pontas, um fundo de venture capital para incentivar o desenvolvimento de sistemas e aplicações a partir dessa tecnologia. 

O investimento na aproximação com diferentes parceiros para impulsionar sua oferta de tecnologias mais voltadas ao chamado “front office” é justamente uma das prioridades da IBM globalmente e também no Brasil. Um dos exemplos é o acordo recente com a Apple. A parceria exclusiva é focada no desenvolvimento conjunto de aplicativos e sistemas analíticos para o iPhone e o iPad, voltados ao mercado empresarial. No país, o acordo está ativo desde novembro e a expectativa é que a operação traga impactos positivos na atuação local já em 2015. “O volume de empresas que usam os dispositivos da Apple no Brasil é enorme e a quantidade de companhias que já nos procuraram foi surpreendente”, diz Kede. 

Ao mesmo tempo, o executivo enxerga boas perspectivas no acordo com a Apple a partir de outro investimento recente da IBM no Brasil: a compra — no fim de julho — da divisão de serviços da Scopus, empresa brasileira de tecnologia pertencente ao Bradesco. Com a aquisição, a IBM passa a ter acesso a uma rede de assistência técnica em 5,5 mil cidades brasileiras, que pode ser usada para contratos de suporte aos dispositivos da Apple, bem como para consolidar a expansão regional da companhia, estratégia que começou a ser reforçada há dois anos. 

O investimento em outros centros fora do eixo Rio-São Paulo e a aposta na ampliação de sua base de 5 mil clientes para empresas de menor porte são também outras prioridades locais da IBM. Nessa última frente, uma das armas da companhia para estender seus braços no país é a aquisição da Softlayer, empresa que oferece infraestrutura de tecnologia na nuvem, em um modelo “self service”, pelo qual qualquer empresa pode ter acesso a recursos de ponta por meio de um portal e de pagamentos via cartão de crédito. 

Mais que uma simples ampliação de sua base de clientes para novos perfis de empresas, Kede diz que essas iniciativas têm um componente crítico para a IBM. “Cada vez mais, as grandes empresas vão lidar com uma rede de parceiros de menor porte. Então, é importante que essas pequenas empresas usem a nossa plataforma, até mesmo para proteger a nossa base de grandes clientes”, explica. 

Como parte dessa visão, a IBM também está investindo na disseminação do uso de seus sistemas por universidades e start-ups, por meio de programas como o Smart Camp, que oferece acesso gratuito às suas tecnologias para empresas novatas.

 

Tags: IBM , Watson , Supercomputador

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