A rede francesa de varejo Carrefour vendeu 10% da sua subsidiária brasileira a Abilio Diniz por R$ 1,8 bilhão, em transação que marca o retorno do empresário ao varejo supermercadista após sua saída do arquirrival Grupo Pão de Açúcar no ano passado.
No âmbito do negócio, a Península Participações, que reúne os investimentos de Abilio e sua família, detém opções que permitem o aumento de sua participação na unidade brasileira do Carrefour até o limite de 16% nos próximos cinco anos.
Atual presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos BRF, Abilio passará a fazer parte dos Conselho de Administração e dos comitês de Estratégia e Recursos Humanos da subsidiária do Carrefour no Brasil, segundo comunicado divulgado pelo Carrefour nesta quinta-feira.
A operação, que avalia a subsidiária no Brasil em 20,4 bilhões de reais, havia sido informada na véspera à Reuters por uma fonte a par do assunto.
Ela segue plano anunciado anteriormente pelo presidente-executivo e presidente do Conselho de Administração do Carrefour, Georges Plassat, de buscar investidores externos para o capital de sua subsidiária brasileira para reforçar os seus laços locais e apoiar o seu crescimento.
De acordo o Carrefour, esse movimento poderá contemplar, no futuro, uma listagem da unidade brasileira na Bovespa. Segundo maior mercado do grupo Carrefour no mundo, o Brasil somou vendas de mais de R$ 34 bilhões ao grupo em 2013.
Em comunicado, a companhia francesa afirmou que a entrada de Abilio no negócio permitirá que a rede se beneficie "da experiência amplamente reconhecida do seu novo acionista no varejo brasileiro para desenvolver o seu modelo multiformatos".
O acordo é anunciado pouco mais de um ano depois de Abilio ter deixado a presidência do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, fundado por seu pai em 1948. Líder do varejo brasileiro, o GPA passou em 2012 a ser controlado pelo francês Casino, principal rival do Carrefour na Europa.
Em 2011, Abilio chegou a tentar costurar uma fracassada união entre o Carrefour no Brasil e o GPA. A iniciativa irritou o então sócio Casino, que acusou o empresário de tentar minar os termos de acordo de acionistas que tinham firmado anteriormente.
As relações entre Abilio e Jean Charles Naouri, presidente do Casino, azedaram desde então, marcadas por constantes trocas de farpas.
Em setembro do ano passado, Abilio deixou o GPA definitivamente e abriu mão de todos os direitos políticos na maior varejista do país, sendo liberado da cláusula que estabelecia não competição com a empresa.
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