Abordamos hoje o trigo gaúcho, que tem reportes recentes de problemas por excesso de umidade, mas que tem nos últimos 7 dias um clima bastante seco e temperaturas extremamente altas para o período.
Primeiro de tudo revisando o clima nos últimos 30 dias, vemos que regiões do Estado receberam até 500 mm, sendo que nos últimos 15 dias as chuvas recebidas nas áreas de colheita mais tardia (Caxias, Vacaria, Santa Maria) somam 150 mm. O problema é que nos últimos 7 dias nada de chuvas, o que quer dizer que na verdade os 150 mm caíram em 7 dias.
Diante disso, estas áreas mais de colheita mais tardia receberam chuvas na fase de florescimento, algo favorável aos rendimentos, porém aumentando demais a susceptibilidade às doenças de espigas. Reportes de incidência de giberela nos materiais mais susceptíveis, sendo que a grande variabilidade de épocas de plantio (pela chuva no plantio) vem trazendo uma grande variabilidade nas produtividades e qualidade do produto colhido até aqui.
Reportes na região das Missões desta variação microclimática e de época de semeadura, sendo que um dos entrevistados nos reportou rendimentos de 20 a 60 sacas por hectare naquela região (1.200 a 3600 kg/hectare). Região esta que sofreu com alta incidência e severidade de brusone, algo não comum para a região.
Entrevistado que trabalha na produção e desenvolvimento de cultivares destacou que o ano foi excepcional para a seleção de materiais promissores à resistência de germinação de grãos na espiga e principalmente de doenças, sendo que com as condições impostas pelo clima neste ano, muitos materiais poderão ser lançados com segurança, quanto à tolerância a estes atributos nas próximas safras.
Calor excessivo pode adiantar a colheita de muitos materiais, compensando o atraso na semeadura e diminuindo a exposição das lavouras às chuvas acima do normal esperadas para o restante desta primavera.
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