Geração Y impulsiona pagamentos móveis nos EUA

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Primeiro eles abandonaram as linhas telefônicas fixas. Depois, cortaram o cordão umbilical com a TV a cabo. Agora, a geração Y está desistindo dos talões de cheque e do dinheiro.

Veja por exemplo Sanket Karuri, um jovem de 23 anos que chama a si mesmo de “o amigo que nunca tem dinheiro naqueles lugares que só aceitam dinheiro”. Em vez disso, ele usa seu smartphone para dividir a conta do restaurante e pagar o aluguel, usando a ferramenta de pagamentos móveis da eBay Inc. chamada Venmo. Como muitos de sua geração, ele vem usando o nome do aplicativo como um verbo — dizendo aos amigos “Venmo me” — da mesma forma que seus predecessores transformaram “google” e “tweet” em verbos.

A geração Y, formada por pessoas nascidas do início dos anos 1980 ao início dos anos 2000, tem adotado essas tecnologias atraída pela facilidade de uso e pelos recursos sociais. O Venmo, que tem sede em Nova York, realizou sozinho US$ 314 milhões em pagamentos móveis no primeiro trimestre deste ano, 62% a mais que no trimestre anterior. Outra ferramenta que está ganhando popularidade é o Popmoney, da Fiserv Inc.

Depois de baixar um aplicativo de pagamentos móveis em um smartphone, os usuários podem vinculá-lo a contas de banco e de cartão de crédito e então conectar-se com amigos para enviar e receber dinheiro em dispositivos móveis.

O mercado mais amplo de carteira digital, que nos últimos anos atraiu estreantes como a Google Inc., inicialmente foi lento para capturar um público maior. Contudo, o uso crescente de aplicativos ponto a ponto (P2P) na faixa dos 20 e poucos anos está melhorando as perspectivas de adoção de todos os tipos de pagamentos baseados em smartphones.

As trocas entre indivíduos somam cerca de US$ 1 trilhão nos EUA a cada ano, disse Ron Shevlin, analista sênior da Aite Group LLC, uma empresa de pesquisa e assessoria. Os aplicativos ponto a ponto móveis e eletrônicos não serão capazes de capturar o mercado como um todo, mas têm tido ganhos e “farão uma diferença”, disse ele.

O download dos aplicativos é grátis e a maioria cobra tarifas modestas pelas transações. Alguns cobram para enviar dinheiro por meio de um cartão de crédito ou débito. Outros podem cobrar por enviar, mas não por receber.

A Dwolla Inc., uma startup que oferece uma rede para pagamento P2P, cobra US$ 0,25 daqueles que recebem mais de US$ 10, enquanto o Venmo cobra 3 por cento do dinheiro enviado pelos usuários por meio de um cartão de crédito. A Fiserv cobra pelas transações dos bancos individuais que se unem ao Popmoney e alguns repassam o custo aos consumidores.

A geração Y já gasta US$ 1,3 trilhão por ano como consumidora, de acordo com um relatório de janeiro da Boston Consulting Group. Essas pessoas também já são as maiores usuárias de todos os aplicativos de pagamento móvel, com a faixa etária entre 18 e 34 anos respondendo por cerca de 55 por cento dos usuários de serviços digitais, apontou a Nielsen.

“Os primeiros usuários cresceram com as mídias sociais móveis”, disse Bill Ready, CEO da Venmo e da Braintree Payment Solutions.

Justin Schuster, um estudante de 21 anos, foi convertido ao Venmo não por vontade própria, recentemente, durante um brunch com três amigos. Um deles queria colocar a conta inteira em seu cartão de crédito por causa dos pontos de recompensa e insistiu que todos os demais pagassem sua parte por meio do Venmo.

“Essa foi a primeira vez que eu tive um incentivo ou necessidade de usá-lo”, disse ele. “Eu acabei usando-o mais duas vezes no mesmo dia”.

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