Depois da forte presença nos mercados de seguro, consórcio, capitalização e previdência, agora a espanhola Mapfre vai estrear na área de saúde. Por meio da Mapfre Serviços Financeiros, a empresa lançará ano que vem um produto específico para o segmento corporativo.
Segundo o diretor geral de previdência e saúde da Mapfre Serviços Financeiros, Eduardo Soares de Freitas, a operação está sendo testada na Grande São Paulo e, a partir de março de 2015, será estendida para toda a região Sudeste — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com planos de ampliar para todo o país em 2016.
“Nosso objetivo é fechar em torno de 40 mil vidas até o final de 2015. Para começar a operação, este é o número que estamos imaginando”, diz Freitas, ressaltando que o produto já dispõe de rede nacional de hospitais e laboratórios. “Teremos todos os níveis de planos que o mercado tem. Desde os mais sofisticados hospitais aos mais populares e, principalmente regionais”, ressalta. O foco da Mapfre são empresas com mais de dois mil funcionários.
O executivo ressalta que não há nenhuma intenção em adquirir uma empresa do segmento, porque os modelos existentes no mercado não são aderentes à visão e posicionamento que a empresa quer ter de gestão de saúde. “Não vai haver aquisição. Resolvemos começar do zero. No mercado falta um player que procure trabalhar junto com os clientes (companhias) de forma a gerenciar os custos das empresas com saúde. Estamos nos posicionamento como gestores de saúde”, afirma Freitas.
De acordo com o executivo, a Mapfre Serviços Financeiros é uma empresa 100% Mapfre. No Brasil, o grupo tem aliança com o Banco do Brasil no mercado de seguro de veículos, mas o negócio de saúde será desenvolvido somente pelo grupo espanhol. Eduardo Freitas informa que o Brasil é o segundo negócio da Mapfre no mundo, e a Espanha, onde fica a matriz, é o primeiro. De acordo com ele, a Mapfre Saúde já atua na grande maioria dos países em que a marca está presente e, há anos, a empresa vinha estudando a entrada no Brasil.
”Constituímos uma empresa que já foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde (ANS)”, diz. A Mapfre Saúde já tem um capital autorizado de R$ 20 milhões. “Este valor já está aportado. Já estamos gastando”, explica.
Já no segmento de previdência, Freitas ressalta que o setor tem apresentado uma desaceleração do crescimento no Brasil. Ele lembra que em 1993 o mercado brasileiro tinha R$ 3 bilhões de reservas e, hoje, são apenas R$ 380 milhões. No ano passado, o segmento cresceu somente 4% e este ano não deve ser muito diferente. No entanto, ele ressalta que a Mapfre vem apresentando uma performance melhor. “No primeiro semestre conseguimos crescer 7% ante 2013”, afirma, ressaltando que para o ano a expectativa é de expansão acima de 10% na arrecadação. “Esperava um ano melhor. A economia fraca, inflação e juro alto estão impedindo um avanço maior”, diz.
Freitas revela ainda que o setor tem se mobilizado no sentido de apresentar propostas ao governo e à Superintendência de Seguros Privados (Susep) para melhorias no setor e mais tranquilidade ao investidor. Uma delas é a criação de um fundo garantido de capital (FGC) no formado do existente no mercado financeiro. Também está sendo proposto um aumento na tipificação de produtos. “Hoje temos três blocos de produtos para investir: título soberano, renda fixa e um combinando renda fixa e renda variável —, queremos ampliar para investimentos em câmbio e também no exterior”, revela. Outra reivindicação, é a regra de “suitability” que leva em conta o perfil do investidor. Por último, em fase de consulta publica na Susep, é o VGBL Saúde, sem tributação. “O objetivo é que o cliente possa usar o dinheiro da previdência para pagar o plano de saúde sem ser tributado”, diz. “Estamos buscando criar caminhos para que as pessoas se interessem mais em investir não buscando apenas aposentadoria”, afirma.
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