Agroindústria familiar é aposta para negócio rentável em Venâncio Aires (RS)

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Agroindústria familiar é aposta para negócio rentável em Venâncio Aires (RS)

Em menos de uma década, agroindústria da família Guterres aumentou venda e produção de cinco para 50 toneladas por ano.
É em Linha Bela Vista que fica uma das agroindústrias familiares há mais tempo estabelecidas em Venâncio Aires. Iniciada em 2004, a Conservas Guterres foi uma aposta de seu fundador, Inácio Roberto Guterres, para investir em um negócio rentável e viável em longo prazo. E funcionou. Em menos de 10 anos, a produção e a venda cresceram 10 vezes: de cinco toneladas/ano em meados da década passada para 50 toneladas/ano hoje. Que representam uma venda anual de 150 mil potes de conserva, entre pepino, cebolinha, cenoura, beterraba, vagem, minimilho, rabanete e seleta de legumes. 

A trajetória no campo daquele que é popularmente conhecido como Beto iniciou em 1983. Com a fumicultura, atividade que seria responsável pela maior parte do sustento dos Guterres pelos 20 anos seguintes. O novo empreendimento não tardou a mudar as perspectivas. Já em 2005, ele decidiu se concentrar de vez produção das conservas e arrendar a área de sua propriedade que ele usava para cultivar tabaco. A tática funcionou: hoje, o agricultor estima que 80% da renda familiar venha da agroindústria. Outros 15% são oriundos do arrendamento de terra, enquanto o restante advém da piscicultura. 

Dos 13 hectares da propriedade, Beto reserva sete para seus quatro açudes e uma pequena criação de bovinos e suínos. Outros quatro são arrendados para o plantio do tabaco – e, na resteva, usados pelo próprio produtor para o plantio do minimilho. A estrutura da agroindústria se concentra nos dois hectares restantes. Neste espaço, estão duas estufas de 1,1 mil m² cada, bem como os galpões de higienização e estoque dos produtos. Tarefas estas que são comandadas pelo proprietário e sua esposa, Geni. Já o plantio é responsabilidade de João Webber, sócio na empreitada desde os primórdios. É ele quem cuida de uma parte que Beto avalia como primordial. “O segredo está em produzir a própria matéria prima”, analisa. 

Hoje, além de estabelecimentos comerciais, os produtos da Conservas Guterres são entregues à merenda escolar e entidades assistenciais, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Aos quais Guterres é só elogios. “São bolsas de auxílio legítimas. Garantem alimento a quem necessita e preço justo ao produtor, sem atravessadores”, diz. De fato, nesta quase uma década de agroindústria, Beto e a família só observaram redução em um número. Se no início 100% dos produtos industrializados vinham de lavoura própria, nos últimos dois anos este índice baixou para “apenas” 95%. A explicação é lógica: “a demanda continua crescendo”. Na mesma proporção que as perspectivas e a satisfação de Beto em ter acreditado no negócio. 

Venda externa: caminho para o crescimento 

Com a experiência de quem trabalhou por quatro anos no Poder Executivo do município e integra há quase 20 a diretoria da Associação dos Piscicultores de Venâncio Aires (Apiva), Beto Guterres vê o futuro das agroindústrias com otimismo. Para ele, há perspectivas interessantes a serem exploradas. Vide a venda de produtos para a merenda escolar em municípios onde praticamente não há empreendimentos desta natureza, como os da região metropolitana do RS. “Há poucos dias, representantes da Prefeitura de Canoas nos visitaram para adquirir produtos de nossas agroindústrias. O Governo do Estado indicou a eles Venâncio Aires como exemplo neste ramo”, encerra. 

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