IPCA deve ficar dentro da meta em 2013

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Indicador que mede a inflação oficial deve fechar próximo à taxa de 2012, de 5,84%. Alimentos foram os vilões do ano passado

Após desacelerar para 0,54% em novembro de 2013, ante variação de 0,57% no mês anterior, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com especialistas, deverá acelerar em dezembro, mas ainda fechar o ano abaixo do teto da meta de 6,5% estipulada pelo governo. A expectativa de alta na inflação em dezembro foi confirmada após o reajuste dos combustíveis e das passagens aéreas, que devem pressionar os preços para além do centro da meta, de 4,5%.

Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, se o índice de dezembro não ultrapassar a previsão de 0,80%, a inflação de 2013 deve acumular 5,78%. "O mercado está menos otimista com os índices inflacionários e projeta uma taxa anual acumulada de 5,82%, mas acredito que o IPCA não deve chegar a este patamar", afirmou.

Para Braz, os grandes responsáveis pela pressão nos preços foram os itens alimentícios, em especial, produtos in natura, itens da cesta básica como aves, derivados do trigo e laticínios. No entanto, o economista prevê que a pressão dos alimentos sobre os preços vai começar a ceder no início de 2014.

"Apesar de responder majoritariamente pela inflação de 2013, os alimentos começam com preços melhores em 2014, dando lugar aos preços monitorados como combustíveis, transporte público e energia elétrica, que já estão pesando no bolso do consumidor", afirmou.

De acordo com as projeções do banco Santander, o IPCA de dezembro deverá ser de 0,85% e a inflação anual deve ficar em 5,84%. Tatiana Pinheiro, economista do Santander, estima que a alta dos preços de 2013 foi puxada pelos serviços e alimentação. Já os preços administrados ajudaram a segurar a inflação no ano passado.

"Os itens alimentícios durante todo o ano passado pesaram no bolso do consumidor dentro e fora de casa. Entretanto, o que possibilitou o avanço não tão forte dos preços foi o governo ter segurado o reajuste dos administrados por mais tempo", explica a economista, para quem 2014 deverá ter índices inflacionários parecidos com os de 2013.

Já a Confederação nacional do Comércio (CNC) projeta inflação acumulada para 2013 bem próxima do índice de 2012. Segundo Fábio Bentes, economista da confederação, o índice anual de 5,8% depende da taxa de dezembro que, para ele, deverá ser de 0,88%. "Os grupos transporte e vestuário devem ser o destaque do mês e elevar um pouco o percentual, que não será muito diferente da taxa acumulada de 2012", afirmou.

A meta de inflação do governo para o IPCA em 2013 é de 2,5% e 6,5%. Em novembro o índice acumulado em 12 meses ficou em 5,77%, inferior aos 5,48% apurados nos 12 meses anteriores. Caso as expectativas do mercado se confirmem, o IPCA caminha para fechar 2013 num patamar semelhante ao de 2012, quando o índice acumulado foi de 5,84%.

 

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