Pesquisa revela as diversas faces da classe C brasileira

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Serasa Experian e Data Popular mostram que há quatro segmentos básicos de grupos sociais, que consumiram R$ 1,17 trilhão em 2013

Engana-se quem pensa que a classe C é formada por uma massa homogênea de pessoas com as mesmas expectativas e tendências de consumo. O estudo "Faces da Classe Média", realizado pelo Serasa Experian, em parceria com o instituto de pesquisas Data Popular, mostra que há quatro perfis básicos de grupos sociais pertencentes à classe média, formada por 108 milhões de brasileiros, com renda familiar per capita entre R$ 320 e R$ 1.120 mensais. Juntos, esses consumidores gastaram cerca de R$ 1,17 trilhão em produtos e serviços no ano passado, movimentando 58% do crédito do país.

Depois de entrevistar 3 mil representantes da classe C em 150 cidades brasileiras e fazer um cruzamento de dados de 800 mil pessoas cadastradas no sistema Serasa, descobriu-se que os membros dessa faixa social podem ser dividido em quatro segmentos: "Promissores", "Batalhadores", "Experientes" e "Empreendedores".

O grupo dos "Promissores" é formado pelos mais jovens, com idade média de 22,2 anos. Com 14,7 milhões de representantes, representam 19% dos consumidores da classe C. "Eles trabalham desde cedo e contribuem para o orçamento familiar. Com 72% de acesso à internet, esse segmento é o mais conectado à internet. A maioria é de solteiros (95%) e 51% admitem que já se descontrolaram financeiramente, gastando mais do que deveriam", descreve Renato Meirelles, presidente do Data Popular. Segundo ele, esse grupo tem potencial de consumo de R$ 230,8 bilhões e inclinação para gastar em produtos de beleza, academias de ginástica, faculdade, cursos, móveis, notebook, smartphone, carros e motos.

Já o grupo dos "Batalhadores" é formado por pessoas com idade média de 40,4 anos, sendo que 48% concluíram o ensino fundamental, 49% têm emprego com carteira assinada e 41% acessam a internet. "Esse segmento é aquele que acabou de emergir da classe D para a classe C, graças ao aumento do emprego formal no país e aos sucessivos reajustes reais do salário-mínimo. O maior símbolo desse grupo é a carteira profissional. Para eles, o emprego é considerado o caminho para a estabilidade e a realização dos sonhos. Juntos, detêm R$ 388,9 bilhões em recursos para consumir", afirma Meirelles. Os "Batalhadores" são a maioria da classe C, correspondendo a 39% do total. Eles consideram o estudo uma oportunidade para ascender e o bem-estar da família é sua prioridade. "Esse grupo gasta seu dinheiro em turismo nacional, veículos, eletroeletrônicos, imóveis, móveis, eletrodomésticos e seguros. Este ano eles querem investir em passagens aéreas para destinos brasileiros, máquina de lavar, TVs e realizar o sonho da casa própria", diz.

O grupo dos "Experientes", por sua vez, é formado por 20,5 milhões de pessoas com idade média de 65,8 anos. Apenas 7% deles têm acesso à internet. A maioria esmagadora têm passado marcado por privações, sendo que 65% passou fome na infância e juventude. Do total, 59% têm ensino fundamental completo e 31% não têm instrução. "Muitos são aposentados, mas continuam trabalhando. Suas pensões no INSS representam umporto seguro na renda familiar e através deles têm-se acesso ao crédito de juros mais baixos do mercado, que é o crédito consignado", destaca Meirelles, mencionando que esse grupo tem potencial de consumo de R$ 274 bilhões.

Por fim, há o grupo dos "Empreendedores", que é a classe A da classe C. Eles representam 16% da classe média e 24% da renda total. Cerca de 60% deles preferem fazer compras à vista, 42% estão cursando ou já concluíram o ensino médio, enquanto 19% têm nível superior. Sua faixa etária é de 43 anos em média e 60% acessam a internet. Seu consumo anual é de R$ 276 bilhões, com inclinações para gastar em cursos profissionalizantes, viagens ao exterior, móveis, notebook, tablets, TVs e carro. "Eles são os mais propensos a ascender para a classe B", diz Meirelles.

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