A JBS detalhará hoje, pela primeira vez, o desempenho da JBS Foods, divisão de alimentos processados resultante da união entre a JBS Aves e a Seara Brasil, comprada da Marfrig no ano passado. No mercado, é grande a expectativa sobre a real velocidade da reestruturação prometida na Seara.
A JBS tem planos ambiciosos para a JBS Foods. Conforme o Valor já informou, a empresa contratou um consórcio de bancos para preparar o IPO da divisão de alimentos processados. Segundo fontes a par do assunto, o objetivo da JBS é protocolar o pedido de oferta de ações até o fim da semana que vem. O IPO da JBS Foods poderá movimentar até R$ 3 bilhões, de acordo com as mesmas fontes.
Se o pedido de IPO for protocolado nos próximos dias, há tempo hábil para lançar as ações da JBS Foods no fim de junho. Mas isso não significa que a empresa tenha pressa. A ideia da companhia é estar preparada para quando as condições de mercado forem mais favoráveis, o que pode levar a operação a sair mais perto do fim deste ano, segundo já informou o Valor.
Ainda que ocorra apenas no fim do ano ou mesmo depois, o plano em torno do IPO da JBS Foods indica que a estratégia expansionista da família Batista na área de aves e suínos deve prosseguir, ampliando o poder de fogo da companhia na concorrência com a líder BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
Desde o fim do ano passado, a JBS gastou pelo menos R$ 360 milhões em uma série de pequenas e médias aquisições para a JBS Foods. Em dezembro, fechou a compra da Massa Leve, por R$ 260 milhões. Com sede em Rio Grande da Serra (SP), a Massa Leve tem forte atuação nos mercados de massas frescas e pratos prontos. Para ser concretizado, o negócio depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Dois meses após o acordo com a Massa Leve, a JBS anunciou a aquisição da avícola gaúcha Frinal, por R$ 103,5 milhões. Com faturamento anual próximo de R$ 200 milhões, a Frinal tem capacidade para abater mais de 100 mil cabeças de frango por dia No mês passado, o Cade aprovou a compra da Frinal.
Ainda no primeiro trimestre, a JBS expandiu sua atuação no Paraná, arrendando um abatedouro da BR Frango, em Santo Inácio, noroeste do Estado. Essa unidade tem capacidade para abater e processar 200 mil aves por dia.
Em paralelo ao negócio com a BR Frango, a JBS adquiriu, também no noroeste do Paraná, uma incubadora de aves e três granjas, com capacidade para produzir 1,75 milhão de frangos por semana. Na última divulgação de balanço, a JBS não informou de qual empresa tinha adquirido as granjas. No entanto, o Valor apurou que elas pertenciam à Big Frango, do empresário Evaldo Ulinski.
No mercado, há grande expectativa de que a JBS adquira a própria Big Frango. Procurado pela reportagem, Ulinski negou qualquer intenção de vender sua companhia, que deverá faturar R$ 1,4 bilhão neste ano e tem capacidade para abater 460 mil frangos por dia. "Não há nenhuma negociação. O que me interessa é IPO", disse o empresário.
No primeiro trimestre, a JBS também fez compras na área de suínos. Em março, adquiriu a catarinense Sul Valle, que tem capacidade para processar 2 mil animais por dia. O valor do negócio não foi divulgado.
Fonte: Valor
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