O empate com o Bahia em Salvador alijou o Internacional de seguir na Copa Sul-Americana, mas três semanas antes o time também já havia sido despachado da Copa do Brasil – ao perder dentro e fora de casa para o Ceará. A equipe de Abel Braga, portanto, acumula duas eliminações em um período inferior a 30 dias. Motivo de preocupação? Não. Para o treinador e os dirigentes, as quedas são até benéficas e o grande argumento é que o foco agora fica exclusivamente no Campeonato Brasileiro.
O Brasileirão é tratado como obsessão no Beira-Rio. A tese ganhou reforço com a volta de Abel Braga, campeão nacional com o Fluminense em 2012 e que reencontrou um clube na fila deste título há quase quatro décadas. E agora, diante dos fracassos, toda a gana é relembrada.
"Agora só temos uma competição e vamos com toda seriedade possível. Desde 2009, esta é a melhor pontuação do Inter no Brasileirão. Aconteceu (a queda na Sul-Americana), vamos continuar nossa caminhada", disse Abel.
A frase do treinador, com surpreendente resignação após uma eliminação, pode ser colocada ao lado da afirmação de que preferiria não jogar a Copa Sul-Americana. Pelas distâncias, viagens e jogos que afetariam o rendimento no Campeonato Brasileiro. E pronto: nasce a satisfação pela eliminação em Salvador.
"Não vai nos abalar. Foi mérito do adversário, mas agora é trabalhar para aquilo que nos resta", afirmou o técnico. "O Internacional vem fazendo uma campanha muito boa e pode melhorar ainda mais no segundo turno. Temos que ter foco e determinação", discursou o presidente Giovanni Luigi.
Até a derrota em casa para o Ceará, no dia 30 de julho, a Copa do Brasil também era uma prioridade no Beira-Rio. Por se tratar de uma competição nacional. O revés diante dos colorados deixou no ar uma possível prioridade para a consequente vaga na Sul-Americana. O time que jogou em Fortaleza, porém, teve quase força máxima e perdeu outra vez.
Na Sul-Americana, novo discurso conflitante. Dirigentes citando o título de 2008 e a chance do bicampeonato para ir com força total. Abel Braga reclamando de viagens e priorizando o Brasileirão. Resultado: o Inter sequer venceu o Bahia.
No emaranhado de declarações, a impressão de alívio pela eliminação na Sul-Americana se destaca. Admitindo ou não a sensação de tirar um peso das costas, o Internacional volta a campo no domingo, diante do Figueirense, em Porto Alegre. Precisando vencer para seguir no encalço do líder Cruzeiro e fazer valer a tese de que só uma competição pela frente pode ser algo benéfico.
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