‘Open banking’ deve chegar ao Brasil neste ano

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Tendência no exterior, o “open banking” deve chegar em breve ao Brasil. O serviço é definido como uma plataforma que integra os sistemas dos bancos a outros sites, fornecedores e clientes, permitindo uma visão dos dados dos clientes, e até transações diretamente comandadas de outro site ou aplicativo.

“É como se você estivesse navegando por sites de turismo, passagens e hotéis para planejar as férias da família e de lá mesmo, sem ter que mudar de página, acessasse a sua conta, cartões de crédito, investimentos e ofertas do seu banco — que por sua vez poderia lhe vender produtos adequados, como uma proposta de seguro viagem, de aumento do limite do cartão, de financiamento ou compra de moeda estrangeira”, explica Kleber Bacili, presidente da Sensedia. O executivo informa que está no momento em negociação com alguns bancos para lançar o primeiro API (interface de progamação de aplicativos) do setor bancário no Brasil.

Ele lembra que já existe aplicativos para quase tudo, desde pedir um táxi até controlar o peso, mas ainda não é possível pagar o churrasco do final de semana com apenas alguns toques no smartphone, o que já é realidade para os clientes do banco francês Credit Agricole, por exemplo, que utilizam o app Nomoney da loja de apps do próprio banco para pagar amigos previamente cadastrados.

Com o open banking, as possibilidades de criação de aplicativos vão desde o planejamento financeiro, pagamentos entre amigos, geolocalização de gastos, lembretes (de que a conta está no vermelho, por exemplo) e simuladores de investimentos, fazendo com que os bancos fidelizem clientes, e os clientes ganhem recursos e ferramentas para gerenciar sua vida financeira com muito mais facilidade e inovação, explica Bacili.

“Os aplicativos bancários estão crescendo a mais de 100% ao ano. Pensamos que, em 2016, 75% dos 50 principais bancos globais (por ativos) terão lançado uma plataforma API e 25% terão lançado uma loja de aplicativos voltados para o cliente”, diz Kristin Moyer, vice-presidente na Gartner. A consultoria aconselha a todo banco lançar uma loja de aplicativos para seus clientes neste ano. Para ela, não existe banco digital sem open banking. No Brasil, os bancos investem cerca de R$ 20 bilhões por ano em tecnologia, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Bacili explica que open banking pressupõe a existência de aplicativos intercomunicáveis e desenvolvidos por terceiros acessando dados do banco. “Temos um cliente que é um marketplace — site de compras online que congrega vários vendedores diferentes na mesma plataforma – e para permitir que o site acesse os estoques das diferentes lojas, implantamos uma API”, compara. Agora a Sensedia quer conquistar o setor bancário.

Bacili não sabe dizer o potencial do mercado brasileiro, mesmo porque não sabe dizer se poderá fornecer API para mais de um banco: “Esta é uma questão ‘nervosa’, ainda não está claro”, afirma. E também espera que apenas a primeira fase de um open banking, limitado ao acesso dos dados bancários (e não transações) deve sair do papel neste ano. Um ecossistema com vários participantes deve demorar. 

A Sensedia nasceu em 2007 na Unicamp, cresceu 60% em 2014 e quer triplicar a oferta de API neste ano, diz o executivo, que dá aulas na universidade e esteve na sexta-feira em São Paulo dando uma palestra da Campus Party sobre API.

 

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