Não é algo que se admita publicamente, mas a reação ao responder sobre a série de saídas de jogadores importantes do elenco do Grêmio revela o desconforto entre os atletas. Rhodolfo, Douglas, Marcelo Grohe, todos respiram fundo e medem palavras para explicar as últimas baixas do elenco principal, Barcos e Marcelo Moreno. Enquanto isso, a direção se esforça para evitar que mais um jogador deixe o clube. O goleiro que foi chamado por Dunga para seleção brasileira no ano passado é a bola da vez.
Com 28 anos, o camisa 1 foi alvo de sondagens da Itália e da Turquia na última janela de transferências. Está prestes a ter passaporte europeu concluído e teria facilitada uma eventual ida para o 'Velho Continente'. Enquanto isso vê também a aproximação do futebol chinês, que levou Barcos e Moreno nas últimas semanas.
"Eu não estou sabendo de nada, é uma surpresa para mim. Sempre deixei claro que estou feliz no Grêmio. Agora, se aparecer algo bom para o clube e para mim, vamos avaliar. Mas não sei de nada", afirmou Grohe.
"Nesse momento em que o Grêmio deixou de manter alguns atletas por opção de gestão, porque não tinha condições de manter estes atletas, dois negócios pontuais, começa-se a falar de desmanche. A informação sobre uma proposta para o Marcelo não existe. Não estamos negociando o Marcelo. O Grêmio vai manter os jogadores que tem aqui", acrescentou Rui Costa, diretor executivo de futebol do clube.
Fora do topo da lista de salários mais altos do clube, o goleiro, cujo contrato vence no fim de 2016, é apreciado por colegas, que se unem no pleito pela permanência. "Acho que o Grêmio não vai liberar um jogador dessa qualidade agora, até pela carência de jogadores experientes que temos", disse Rhodolfo.
Até porque as saídas causam desconforto e até desconfiança dos jogadores que ficaram no Grêmio. Cada questionamento sobre este tema tem resposta antecedida por uma longa respirada, palavras medidas e muito cuidado para não transparecer mais do que se deve. Mas é evidente o sentimento de que mais qualidade no time é necessário urgentemente.
"Precisamos trabalhar com o que tem. Essa parte é da diretoria, jogadores chegando ou saindo. Temos que trabalhar com o que tem, não podemos ficar lamentando, não", disse Douglas. "É difícil perder um jogador como o Marcelo (Moreno). Em uma bola pode resolver uma partida. É difícil, mas o Grêmio vê o melhor para o clube. Temos caras que sabem o que estão fazendo. Se foi melhor para ele e o Grêmio, conversaram e viram que era o melhor a fazer", acrescentou Rhodolfo.
Envolvido em uma possível saída, Marcelo Grohe também cuida ao falar do tema. Segundo ele, as saídas de jogadores importantes pesam para oscilação apresentada no início da temporada. No Gauchão, em quatro jogos foram duas vitórias e duas derrotas.
"A gente sabe que é uma realidade do clube no momento. Enfrentamos dificuldades e uma oscilação que não posso dizer que é normal, mas dentro do quadro de saída de jogadores importantes e reformulação do grupo, talvez seja assim. Vamos trabalhar para ter uma sequência melhor", afirmou.
Só que não há como fechar totalmente a via de saída do Tricolor. O Grêmio já rejeitou propostas por Walace e Luan, que são considerados promissores e podem valer mais no futuro. Mas os responsáveis pelo departamento de futebol se encontram impossibilitados de falar definitivamente que nenhuma peça mais será perdida.
"Se a proposta for irrecusável, vale para qualquer jogador. Quando é assim, algo que muda a vida do jogador e não podemos cobrir, não há o que fazer", finalizou Rui Costa.
Ao todo, 12 jogadores já deixaram o Grêmio nesta temporada. A reposição veio com apenas quatro, e mais uma série de atletas que subiram das categorias de base. Felipão pediu dois atacantes, entregou uma lista de alvos para a direção, mas a chegada demora por conta da 'inflação' a cada investida nova por atletas que não estão sendo aproveitados. A estratégia, agora, é pesquisar bastante e encontrar opções de qualidade e pouco badaladas.
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