O nome de Cristian Rodríguez vem quase sempre precedido por um apelido. O 'Cebolla'. A maioria dos apaixonados por futebol remetem ao vegetal [com dois L, em espanhol] lembrando-se do novo meia do Grêmio. Poucos sabem, no entanto, a razão pela qual ele ganhou a alcunha. E o próprio trata o tema como 'lenda urbana'. Mas conta-se que a definição surgiu de momentos em que fazia os adversários chorarem quando criança. E não é apenas esta peculiaridade do gremista esperado em Porto Alegre às 10h40 desta terça-feira. Uma 'maratona a cavalo' pagando promessa da última Copa do Mundo também acompanha sua trajetória.
Natural de Juan Lacaze, no Uruguai, Cristian sempre encantou com os pés. Desde criança mostrava a habilidade que o fez se tornar jogador de futebol. E quando mais jovem, jogava, e muito. E cada partida ganha com as peripécias do pequeno jogador, provocava as lágrimas nos rivais. Daí, dizem desde o Uruguai, surgiu o apelido de Cebolla, ou cebola, que cortada provoca o choro.
Mas não é bem assim, segundo ele. Sorrindo, ao jornal espanhol ABC, tratou de acabar com a 'lenda'. "Diziam que era porque eu fazia as defesas adversárias chorarem. Mas na verdade é porque era apelido do meu pai e eu roubei", brincou no fim do ano passado. Mas a história, verídica ou não, tornou-se mais forte. Cebolla seguiu fazendo rivais mais tristes.
A carreira dele mostra outra peculiaridade. Muito mais tempo na Europa do que no continente onde nasceu. Foram apenas três anos como profissional no Peñarol, de 2002 a 2005. Depois, mais duas temporadas no Paris Saint German, da França, um ano no Benfica e três no Porto, em Portugal, Três anos no Atlético de Madrid e meia temporada no Parma. Ou seja, praticamente 10 anos na Europa, apenas três na América do Sul.
E em 2014 conseguiu disputar sua primeira Copa do Mundo. Mas para chegar a ela sofreu tanto que precisou fazer e cumprir uma promessa. O Uruguai acabou as Eliminatórias Sul-Americanas em 5º e jogaria a repescagem contra a Jordânia valendo vaga no Mundial. Foi quando Cristian resolveu prometer que, se o time celeste avançasse, ele faria uma 'maratona' a cavalo de sua cidade natal até Flórida para deixar uma chupeta da filha recém-nascida e uma camisa do Uruguai na Capela de San Cono. O Uruguai passou, e ele cumpriu em dezembro de 2013.
Ignorando o Atlético de Madrid, que tentou vetar a proeza, saiu de sua propriedade rural, onde cria cavalos na cidade de Juan Lacaze, acompanhado por 20 amigos em uma cavalgada de 170 Km. Precisou parar a cada 30 Km para descanso e enfrentou calor superior a 35 graus. Mas jamais desistiu. "Não tenho autorização da minha equipe (Atlético de Madrid) para andar a cavalo, mas tinha que cumprir a promessa", garantiu ao Canal 10uruguaio. Ainda sacou outra de cara. "Se o Uruguai conquistar a Copa, venho do Rio de Janeiro a cavalo", mas desta vez não deu.
Nesta terça-feira, Rodríguez não chegará a cavalo, mas de avião. Será recebido com festa no aeroporto Salgado Filho. É o principal reforço do Grêmio para temporada e assina contrato de, inicialmente, três meses. Para os tricolores, quem sabe, não possa fazer alguma promessa que o obrigue cruzar o Brasil cavalgando, isso se deixar algum adversário chorando nos jogos decisivos do Brasileiro ou da Copa do Brasil, permanecendo ao renovar contrato.
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