O ônibus com a delegação do Inter recém havia estacionado junto ao vestiário do Beira-Rio, na quarta-feira à noite, minutos antes da partida contra o São Paulode Muricy Ramalho.
Os poucos torcedores que acompanhavam a preliminar da equipe sub-23 contra o Veranópolis, pela segunda fase da Copa Fernandão, ergueram as cabeças para o telão a fim de acompanhar o desembarque de D'Alessandro, Rafael Moura, Alex.
No meio do campo, os garotos se abraçam e comemoram. Uma voz feminina ecoa nas arquibancadas: "Gooooolllllllllllll, e é de Romááário", anunciam os alto-falantes do estádio.
Foram poucos os que viram o belo gol do meia de 20 anos, 1m75cm e destacada perna esquerda. O placar de 1 a 0 garante ao Inter dirigido por Clemer a oportunidade de atuar pelo empate na próxima quarta no Estádio Antônio Davi Farina. Porém, muito antes do lance ocorrer, a conversa da arquibancada tinha como assunto o camisa 8.
Vale lembrar que Romário Henrique Faria, jovem oriundo do Guarani de Campinas (SP), disputava atenções com Aylon e Leandro, nomes que já figuram no profissional e costumeiramente são opções de Abel Braga na temporada.
— A velocidade e leitura de jogo dele é muito boa. Tem movimentação, joga pelos lados do campo — resume o diretor de futebol Roberto Melo.
D'Alessandro, Alex, Juan e os demais jogadores do profissional foram até a saída do vestiário para o gramado para assistir aos pratas da casa. Ficaram impressionados com o chute forte de perna direita de Taiberson, 20 anos. Após três ano na base do Inter, Taiberson acabou dispensado ao final de 2010. Ficou um ano sem jogar futebol até que ingressou no elenco do Atlético-PR.
No Paraná, subiu de produção, melhorou fundamentos — como a conclusão a gol — e voltou para o Inter neste ano. Acima do peso, ganhou oportunidades nos últimos três meses. Taiberson é camisa 11, joga como segundo atacante. É natural de Alegrete e teve passagens pelas seleções brasileiras de base. Foi a primeira vez que atuou no reformado Beira-Rio.
— Faz parte da evolução deles jogar no Beira-Rio, quando exigidos em uma possível partida do profissional, não sentem tanto — explica Melo.
Ainda que Abel Braga seja questionado pela não utilização de jovens da base, há de se comemorar o relacionamento entre o profissional e a base. Clemer e Abel são grandes amigos e, além dos relatórios semanais a respeito da situação de cada promessa, as conversas entre os treinadores são costumeiras.
Com Dunga no comando, isso pouco ocorria, e a base era subaproveitada em conjunto com os medalhões. Prova disso está na aposta em Valdívia logo no primeiro jogo de Clemer em 2013. A efetivação do ex-diretor das categorias de base, Jorge Macedo, como diretor-executivo contribui:
— Temos um canal aberto com a base, conversas constantes e um trabalho de muita confiança. O Macedo é um cara que eu trabalhei, sangue novo, tem muita vantagem de trabalhar. Sem contar que conhece o mercado e o mercado conhece ele — aponta o diretor Roberto Melo.
Eles devem despontar
Diogo
Lateral-direito de velocidade. Melhorou muito no apoio ao ataque. Seu forte é a marcação. Já está no profissional.
Alisson
Gustavo
Ambos com 18 anos, estão no grupo de Clemer. Meias rápidos, dribladores. Nomes para a próxima temporada.
Bertotto
Volante eleito melhor jogador do Brasileiro Sub-20 do ano passado. Ganhou chance com Abel contra o São Paulo.
Gladestony
Bom batedor de faltas, com passagem pela seleção de base. Abel gosta do jogador.
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