Ceia dos gaúchos será de preços mais salgados

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Ceia dos gaúchos será de preços mais salgados

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013, 08:41:51Mercado Interno

Às vésperas de mais um fim de ano, as famílias brasileiras preparam o momento de celebração do Natal e do Ano-Novo junto aos familiares. É quando começa o momento de ir às compras e pensar nas ceias para as duas datas festivas. Enquanto o consumidor faz as contas para conjugar maior qualidade e menor preço à mesa, indústrias e varejo planejam produção e estoques para atender a essa demanda.

Os supermercadistas gaúchos projetam uma elevação de 7,7% em relação ao ano passado nas vendas do setor neste fim de ano, mesmo com a previsão de alta de 7,4% no preço das ceias, especialmente puxado pelos cortes de suínos, com expansão de 15,2%.

A maior impulsão nas vendas deverá ser dada pelas aves natalinas, que têm crescimento esperado de 6,6%. Somados, perus e chesters lideram a lista de itens mais procurados pelos consumidores para o Natal, chegando a 56,5%. Os preços devem seguir tendência do ano passado, com médias de R$ 12,00 para o quilo do produto, mas há opções de variedades que podem pesar pouco no bolso de quem pretende levar o produto para casa, chegando a R$ 5,00 o quilo. A expectativa da Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas) é de que sejam comercializadas 2,7 mil toneladas de aves no período.

Em 2012, os consumidores sofreram com uma alta de preços de aves que chegou a 15%, devido ao repasse pela escassez de insumos como milho e farelo de soja no mercado, o que trouxe prejuízos para as indústrias. Mesmo que os valores tenham mantido a média do ano passado, a entrada de novas marcas com valores mais competitivos deve tornar o produto mais acessível para orçamentos mais apertados. "Houve aumento na variedade das marcas temperadas, e os preços estão variando bastante, dependendo da marca", salienta o diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.

Assim como as aves natalinas, os cortes suínos também terão grande procura, especialmente para o Ano-Novo. Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, nesta época a demanda cresce cerca de 25% para todo o mix de produtos. "O final do ano tem uma característica diferente. Sempre neste momento há um incremento de vendas, e ocorre este aumento de demanda principalmente de tender e produtos temperados", explica.

No entanto, a Agas estima que, com uma alta de 15% nos preços, a carne suína deve perder espaço para a bovina, passando a representar 60% do total da venda da sessão de açougue. Ao contrário de anos em que houve temor de desabastecimento dos produtos natalinos no mercado, as indústrias, tanto de aves quanto de suínos, reforçam que haverá produto para atender a toda a demanda necessária dos consumidores gaúchos.

Outro produto que terá forte procura, na visão dos supermercadistas, serão os panetones. O varejo preparou estoque de cerca de 3,9 milhões de unidades do produto e espera um incremento de vendas de 16,4% em relação a 2012. Na avaliação da Agas, este aumento está atrelado à antecipação da exposição do produto, que se iniciou ainda no mês de setembro.

Espumantes gaúchos lideram preferência para os brindes – O levantamento da Agas também revela que há uma previsão de crescimento de 8,8% nas vendas de espumantes neste final de ano, com um mercado em torno de 4,8 milhões de garrafas do produto nos supermercados gaúchos – a maioria esmagadora oriunda de vinícolas brasileiras.

A projeção da cadeia produtiva para o Brasil é de repetir o desempenho do ano passado, com um incremento de 12% nas vendas de espumantes, comercializando um total de 8,99 milhões de litros no período de fim de ano. Conforme o gerente de Marketing do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, o maior pico de vendas dos espumantes é no fim do ano, com a concentração de 38% do volume no último trimestre.

Assim como as indústrias de aves e suínos, o setor vitivinícola também tem buscado se preparar para atender à demanda pelos espumantes, não só em quantidade mas também em qualidade. Bertolini destaca que o maior número de empresas investindo no setor também reflete a maior gama de oportunidades e o crescimento do produto brasileiro junto à população. "O consumidor reconhece hoje o espumante brasileiro não só pela qualidade como também pelo custo-benefício. Isso aumenta a nossa competitividade com o consumidor local", avalia.

Supermercados antecipam vendas como estratégia para atrair clientes – Um dos motivos para a confiança na alta de vendas do varejo neste ano foi devido à antecipação, de parte dos supermercados, em expor os produtos nas gôndolas, estratégia do setor para atrair os clientes. No Walmart, por exemplo, já era possível levar para casa itens da ceia no início do mês de novembro. Conforme o vice-presidente comercial da rede, Alain Benvenuti, a medida faz parte de uma estratégia em datas festivas. "Tentamos ao máximo antecipar estsa exposição, de forma a dar oportunidade ao consumidor fazer a melhor escolha", afirma.

A previsão do Walmart é comercializar um volume de produtos natalinos 5% maior em relação a 2012, com a meta de negociar 600 toneladas de aves e 115 toneladas de tender até o fimnal das festas. Uma das apostas da rede é oferecer produtos de maior praticidade ao consumidor no momento de preparo da ceia, como suínos e aves com molhos especiais e que não requerem descongelamento.

Benvenuti destaca também que há uma mudança no perfil do consumidor que precisa ser acompanhada. Antigamente, eram comuns fartos banquetes para um grande número de pessoas para celebrar o Natal e o Ano-Novo. Com a redução das famílias brasileiras, foi preciso buscar uma adaptação aos novos hábitos. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, compartilha dessa visão e afirma que o desafio do varejo é acompanhar essas tendências. "Precisamos entender a cabeça do consumidor, mas uma coisa é certa: ele quer comemorar, e a realidade é que está mais atento e em busca de vantagens e oportunidades", analisa.

Fonte:  Jornal do Comércio

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