Um levantamento da Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo (SBVC), aponta que ainda são poucas as redes varejistas com mais de mil lojas no Brasil, o que mostra o potencial de crescimento dessas e de outras marcas em um país com mais de cinco mil municípios e 27 estados. Todas as empresas que ultrapassaram a marca das mil filiais, fizeram isso por meio de franquias. A rede O Boticário lidera o ranking, com 3.690 lojas, seguida da Ortobom, com 1.828 pontos de venda; Cacau Show, com 1.570 endereços, e Subway, com 1.484 unidades. O ranking leva em conta o número de lojas com uma única marca.
Para Eduardo Terra, presidente da SBVC, a marca de mil unidades acaba sendo o símbolo de uma empresa ou grupo empresarial que inicia um processo de concentração, com ganhos em capilaridade e também vascularidade, ou seja, lojas rentáveis. Ainda segundo ele, essas redes conseguiram ultrapassar também a barreira de R$ 1 bilhão de faturamento.
“Em dois ou três anos passaremos de quatro para dez redes com mais de mil lojas no país. Marcas cmo McDonald´s, com 800 lojas, e Chili Beans, com quase 600, estarão entre elas. O franchising é, sem dúvida, o caminho para a expansão. Nos Estados Unidos, grupos como o CVS, que comprou a rede de drogarias Onofre no Brasil, e Wallgreens, ambas do setor farmácias, têm mais de oito mil lojas. É um mercado mais maduro. Aqui, temos muito para crescer”.
Segundo ele, as redes que investem em franquias e que oferecem um produto diferente onde se instalam se destacam. “As quatro maiores marcas levam essa cultura de novidade para onde vão, principalmente em cidades menores. Isso é um ponto a favor na aceleração do processo de capilaridade. O que é diferente em redes de eletrodomésticos, como Casas Bahia, hoje com 500 lojas, ou de farmácias como a Pague Menos, com 680 filiais. Nesse caso, o mix é muito semelhante ao de outras redes, inclusive as regionais. A dificuldade de se nacionalizar é maior. O que não significa que isso é impossível. Redes varejistas, pelo próprio perfil, não investem em franchising para crescer. O foco são lojas próprias ou o aluguel de espaços.
Para ele, Pague Menos, Casas Bahia e Magazine Luiza estarão entre as dez maiores, com mais de mil endereços, em até três anos. Mas o destaque será sempre para as franquias de alimentação, que trabalham com diferentes formatos.
“Estar aberto a formatos diferentes ajuda na estratégia de crescimento das marcas. No entanto, isso não é regra. A Subway, por exemplo, tem 82 mil lojas no mundo, enquanto o McDonald´s tem pouco mais de 40 mil. Apesar de, em número de lojas, o Subway se destacar, o faturamento de uma unidade de seu concorrente chega ser de oito a dez vezes maior do que a seu. O McDonald´s tem formatos de loja maiores e que atendem suas estratégias de crescimento”, diz Terra.
Campeã do ranking na pesquisa da SBVC, a rede O Boticário, que é uma unidade de negócios do Grupo O Boticário, está investindo R$ 1 bilhão em um novo formato de loja sensorial, onde a cliente pode experimentar os produtos. O grupo está alocando recursos também na expansão das marcas Eudora, hoje com cinco unidades; quem disse, berenice?, com 116, e The Beauty Box, que tem 17 lojas.
A Ortobom prevê a abertura de 240 novas unidades até 2016. Em alguns estados, as lojas oferecem estacionamento, consultores especializados e mais espaço de show room. Em outros, há opções de pontos de venda a partir de 80 metros quadrados. Já a rede Subway vai abrir mais 400 endereços até o fim do ano no Brasil. A aposta é em formatos flexíveis, que vão de 40 a 150 metros quadrados de área, facilitando a instalação em diversos pontos, como shoppings, centros comerciais, hipermercados, postos de gasolina e lojas de rua.
Para passar das mil lojas em sete anos de vida, a Cacau Show criou três formatos de franquias — Loja Light, para os municípios menores, Loja Express, para pequenos espaços, e a Loja Convencional.
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