Empresas apostam em câmeras de alta tecnologia focadas no ‘selfie’

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Seis meses depois da cerimônia de entrega do Oscar deste ano, o selfie que a apresentadora Ellen DeGeneres fez no evento, rodeada de estrelas, continua a repercutir, principalmente na indústria de celulares. Sony, Lenovo e Nokia (Microsoft) lançaram na feira de eletrônicos IFA, aberta a partir de hoje ao público em geral, dispositivos com funções específicas para facilitar e melhorar a qualidade desse tipo de fotografia, numa indicação clara de que a brincadeira narcisista se transformou em tendência de mercado. 

Atingidos em cheio pela qualidade cada vez maior das câmeras instaladas em celulares, os fabricantes de máquinas fotográficas digitais reagiram. “O mercado de câmeras compactas, particularmente, caiu muito”, reconhece Ben Pilling, gerente de marketing técnico para a área de imagem digital da Sony Europa. “Mas, ao mesmo tempo, o número de fotos tiradas vem crescendo significativamente. Logo, há uma grande oportunidade no mercado de fotografia”. Para tentar se diferenciar dos concorrentes em termos de qualidade, a companhia japonesa apresentou na IFA novas versões das chamadas “câmeras com aparência de lente.” 

São dispositivos cilíndricos que, além de uma lente, têm no seu interior um processador e um sensor responsável por captar as imagens. É como se a lente estivesse separada do corpo da câmera — a tela do celular funciona como visor, conectado à objetiva por meio de wi-fi ou de tecnologia NFC (near field communication). Ao contrário das câmeras de smartphones, que normalmente possuem zoom limitado, a QX30 — um dos dois novos modelos com aparência de lente recém-lançados pela Sony — permite aproximar a imagem em até 30 vezes. A desvantagem está no preço. Pelo menos nas versões anteriores do produto, o valor era equivalente ao de uma câmera compacta. 

A aposta da Sony nas imagens em primeira pessoa não para por aí. A companhia lançou também a Action Cam Mini, uma minúscula câmera de vídeo que permite ao esportista mais radical filmar a própria performance de múltiplos ângulos enquanto surfa ou desce um barranco de mountain bike, por exemplo. Por meio de um controle em formato de relógio de pulso, o usuário pode iniciar e parar as gravações de até cinco câmeras, simultaneamente. “Mais e mais pessoas estão usando minicâmeras na vida cotidiana e não apenas para esportes”, diz Pilling, acrescentando que há quem prefira manter um diário audiovisual armazenado na nuvem computacional.

“Vemos a câmera indo cada vez mais para o selfie”, resume Roberto Soboll, diretor de Produto da área de dispositivos móveis da Samsung Brasil. Entre as funcionalidades oferecidas pelo recém-lançado Galaxy Note 4 está o modo panorâmico para selfies, que permite incluir mais pessoas na mesma imagem. O novo smartphone foi pensado para fazer autorretratos tanto com a câmera frontal (de 3,7 megapixels) como com a traseira (16 megapixels). 

Já a  Microsoft anunciou seu “celular selfie”. O Nokia Lumia 735 (e a sua versão de dois chips, a 730) vem equipado com uma câmera frontal de cinco megapixels, mais do que o suficiente para captar autorretratos com qualidade. O aparelho é, também, recomendado pela própria Microsoft para videochamadas via Skype, empresa que não por acaso foi adquirida pela gigante de Redmond em 2011.

A chinesa Lenovo também acaba de acrescentar ao portfólio um aparelho especificamente voltado para os entusiastas do selfie, o Vibe Z2. A câmera frontal do celular tem a exagerada resolução de 8 megapixels, o que justifica os esforços da companhia para divulgar o aparelho como um selfie phone.

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