Trigo: acordo com Mercosul deve abrir espaço para cereal russo

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Um possível acordo entre os países do Mercosul e a Rússia, que vem sendo discutido desde o ano passado, pode abrir o mercado sul-americano para às importações de trigo russo. A afirmação partiu do ex-adido agrícola brasileiro em Moscou, Rinaldo Junqueira de Barros, que participou hoje pela manhã de um painel no 2º Fórum de Agricultura da América do Sul onde foi debatido o papel do agronegócio nos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul).

Junqueira afirmou que a Rússia tem como meta exportar 2 milhões de toneladas de trigo para o Brasil. Ele avalia que se houver acordo com o Mercosul, o trigo russo se tornará mais competitivo que o importado dos Estados Unidos e do Canadá. “O Brasil vende carne para os Estados Unidos e para o Canadá?”, questiona Junqueira, ao observar que o aumento das vendas de carnes para a Rússia é um forte argumento utilizado por Moscou para pedir a liberação das importações de trigo pelo Brasil sem a cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), que incide sobre as compras feitas de países fora do Mercosul. A medida foi adotada pelo governo brasileiro no ano passado para liberar as compras dos Estados Unidos e Canadá, por causa das dificuldades de importação do trigo argentino.

O mercado de trigo também foi um dos temas abordados no painel do Fórum que discutiu os cereais de inverno. O painel contou com a participação de Marcelo Girardi, executivo do grupo argentino Sancor, que relatou as dificuldades enfrentadas pelos produtores, devido à forte taxação imposta pelo governo. Outro palestrante foi o diretor de pesquisa de mercado do Instituto da Rússia para Estudos do Mercado Agrícola (Ikar), Dmitry Rylko, que falou sobre as perspectivas otimistas para o aumento da produção de grãos numa área de 100 milhões de hectares que abrange territórios da Ucrânia, Cazaquistão e União Soviética.

O executivo argentino afirmou que o trigo deixou de ser uma cultura rentável, pois dois terços da renda se destinam ao pagamento do imposto de exportação e do arrendamento da terra, restando um terço para o produtor cobrir seus custos. “A atividade gera prejuízo, essa é a realidade”, diz Girardi, que no cenário atual não vê perspectivas de retomada do plantio.

Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/Trigo/

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