Mesmo com safra ruim, preço do trigo recua

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Diferente da soja e semelhante ao feijão, o trigo pode ter preço e safra ruim ao mesmo tempo. Na oleaginosa, uma quebra na colheita normalmente encarece o grão. Já o cereal, num ano de safra menor que a esperada, inicia a semana valendo 10% a menos que o preço mínimo no Paraná, defasagem que chega a 30% em regiões produtivas do Rio Grande do Sul. Isso significa que, mesmo onde a colheita atingiu a média, a renda do cereal não cobre o custo de produção.

O quadro expõe a ineficácia da política de garantia de preços mínimos (R$ 33,50 por saca). Concentrados na Região Sul, os produtores perderam 2 milhões de toneladas de trigo em relação ao potencial das lavouras, devido às chuvas de setembro. A safra fica em 5,9 milhões de toneladas, volume ainda assim 8% maior que o de um ano atrás.

Os leilões com prêmio ao escoamento da produção não aliviam a oferta. Na última quinta-feira (11), o leilão que escoaria 52 mil toneladas (cerca de um navio) com prêmio ao produtor bateu 12% de sua meta. Isso depois de dois leilões com índices de 16% (dia 4) e 43% (dia 27) de aproveitamento. O prêmio de R$ 2,88 por saca não anima o mercado a transportar a produção para o Norte e o Nordeste.

Estoque

3,5 milhões de toneladas de trigo produzidas no Sul do país estão nas mãos dos produtores, que aguardam preços acima de R$ 33,50 por saca para cobertura de custos, num ano em que o país precisa importar 6,65 milhões de toneladas.

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