Do carinho à ‘fuga’. Felipão arranha imagem com torcida que esqueceu 7 a 1

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Apenas uma torcida no Brasil esqueceu a derrota da seleção para Alemanha na Copa do Mundo. Somente os aficionados de um time ignoraram tal feito para recuperar aquele que tantas alegrias deu no passado. Gremistas deram o que Scolari precisava quando voltou a trabalhar depois do vexame pelo time nacional: carinho. Mas nem mesmo todo apreço, todo apoio, ou apenas o fato de defendê-lo de qualquer crítica pela queda por 7 a 1 para os alemães o fizeram aguentar na beira do campo a derrota por 1 a 0 para o Veranópolis. O 'abandono' do time, a 'fuga' da vergonha arranhou a imagem do comandante com os que ignoraram tamanho tombo para recebê-lo de braços abertos. 

No dia 30 de julho de 2014, Felipão concedeu sua primeira entrevista coletiva como técnico do Grêmio. Voltou a trabalhar menos de um mês após protagonizar o maior vexame da história da seleção brasileira. Uma derrota por 7 a 1 para Alemanha, na Copa disputada em casa. E nova derrota para Holanda na disputa do terceiro lugar. 
 
Naquela ocasião, sob escudo da CBF, Felipão não ficou envergonhado a ponto de deixar o campo antes do fim do jogo. Mesmo que o time que ele comandava na ocasião tenha levado cinco gols no primeiro tempo. A Alemanha, que acabou campeã mundial, não machucou como o pentacolor da serra gaúcha no último sábado. Tanto que o infortúnio no Mundial sequer é citado pelo técnico como algo diferente do habitual. 
 
"Queres que eu ganhe quantos campeonatos?", indagou a um repórter que peguntou sobre as quedas recentes da carreira. "Perdi um mundial, sim perdi. Assim como 31 outros perderam. Portanto acho que vocês [imprensa] devem pensar um pouco. Ganhar quatro títulos por ano, ninguém ganha. Fui campeão da Copa do Brasil com o Palmeiras. Venci a Copa das Confederações com a seleção brasileira. Então, o que o Grêmio precisa fazer? Seguir sua filosofia. Nada muda", rebateu. 
 
E sem 'cicatrizes' pelo 7 a 1, Felipão abandonou o reservado cinco minutos antes do fim do jogo diante do Veranópolis. Se disse envergonhado e ganhou apoio da direção gremista. O comando do clube garante que Scolari só sai do leme se pedir. 
 
Mas abalou a imagem com aqueles que haviam o abraçado. A resposta negativa a quem abriu-lhe os braços e simplesmente ignorou qualquer crítica que acompanhasse o nome após a queda da seleção somente freou uma defesa incondicional que vinha das arquibancadas. Caso fosse demitido, algo que o presidente Romildo Bolzan Júnior garante que não acontecerá, Scolari não seria defendido pela torcida. A 'fuga' do banco fez mal. 
 
Não há mais o mesmo apreço. A relação não é a melhor. E para retomar o bom caminho apenas as vitórias, se for possível. O próximo compromisso será na quarta-feira às 22h (horário de Brasília), diante do Passo Fundo, no estádio Vermelhão da Serra. 
 
Até agora, Scolari jamais foi cobrado de fato pelos aficionados do Grêmio. Em derrotas, jamais conheceu vaias. Mas nem mesmo a relação interna é a mesma. Scolari é alvo de críticas nos bastidores do Grêmio. Há quem diga que seria melhor deixá-lo sair do clube, se esta for sua intenção. Para o Peru, para o Japão, para a China. E assim, os mesmos que esqueceram o 7 a 1, agora fazem questão de lembrar. 

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