Tecnologia, teoria e treino: A receita Roger para resgatar Grêmio vencedor

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Olhar o passado para construir o futuro. Este é o mantra de Roger Machado no Grêmio. Com objetivo de resgatar o 'espírito' do clube que conhece tão bem por ter participado da última geração vitoriosa nos anos 1990, o ex-lateral esquerdo que agora treina o Tricolor tem em tecnologia, teoria e treino os pilares para a criação de um futuro tão vibrante quanto os momentos vividos por ele. 
 
E sobram motivos para acreditar em Roger. Ele não foi apenas um atleta exemplar no Grêmio, onde atuou de 1994 até 2003. Das categorias de base até o título da Libertadores. Foi no clube que ele teve a chance como auxiliar e começou a formar-se técnico. Da mesma forma é vestindo azul, branco e preto que recebe a primeira oportunidade em um clube de ponta.
 
Chegou para substituir Luiz Felipe Scolari, com quem trabalhou e conquistou repetidos títulos. Libertadores, Copa do Brasil, Brasileiro, o passado uniu Felipão e Roger. Mas o presente separa. Um grupo desacreditado, taxado de insuficiente, abalado pela derrota na final do Gauchão. Foi este quadro que o ex-lateral recebeu do antigo comandante. E de cara transformou o elenco em postulante ao título brasileiro. 
Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte [a primeira parta da entrevista foi ao ar na quarta-feira], Roger Machado conta como remontou o Tricolor e revela a expectativa de formar um elenco vencedor, como o que teve quando atleta. 
 
UOL: Qual o segredo do Grêmio para uma mudança tão grande de comportamento e rendimento sem mudanças no elenco?
Roger:  Eu acredito muito na minha metodologia e conceito de trabalho. Por isso que nas últimas entrevistas que eu dei, falei do calendário. Frisei que o futebol brasileiro se ajustaria na esteira de um calendário bem ajustado, porque o sucesso do nosso trabalho eu credito a semana de trabalhos que consigo ter. Não sei, talvez, se no momento que eu cheguei aqui, se não houvesse depois dos jogos contra Goiás e Corinthians, uma semana vazia de jogos, e um jogo no fim de semana por três semanas. Foi aí que dei alinhamento tático para o time. Credito à capacidade e entrega dos nossos jogadores aliado a uma semana muito bem organizada de treinos. Que dá o lastro e é a base do trabalho construído. 
 
UOL: Os jogadores falam muito sobre os vídeos que você mostra nos intervalos e mesmo durante a semana de atividades, como funciona esta inclusão da modernidade e da tecnologia no treinamento de futebol? 
Roger: Nós somos visuais, sinestésicos, táteis, gustativos, auditivos, temos vários sentidos. Então parte do trabalho, a maior parte dele, é no campo com repetição e sistematização. Mas também com memória visual e auditiva. Procuro estimular todos estas variáveis para uma maior assimilação do conteúdo que desejo. O vídeo é uma ferramenta magnífica para que se promova ajustes ou ainda para salientar boas movimentações e posicionamentos. Nosso centro de análise com o pessoal do CDD, o Antônio, o Cecconi e o Rafael, me municia com o que preciso para que em cima destes números faça uma leitura adequada para sintetizar e transformar em informação para o jogador utilizar em campo. 
 
UOL: Muitas vezes esta metodologia soa diferente do que se tinha no passado, a evolução… É difícil para o treinador chegar ao mercado brasileiro com um trabalho baseado em estudo e teoria? 
Roger: Na verdade sempre fizemos isso, só que de forma instintiva. A maioria dos treinadores é egresso do campo, ex-jogador. De forma instintiva pelo conhecimento acumulado, se passava isso para os atletas. Hoje a tecnologia é mais presente do que há 20 ou 30 anos. Acaba meu jogo e tenho a partida e movimentações imediatamente no iPad. É uma facilidade grande. Ao longo dos anos, outras metodologias e outros países vieram aqui, e exportamos treinadores. Nossa metodologia está espalhada pelo mundo e tem, nos países que despontam como referência, muito do nosso futebol. A ciência entrou no esporte e talvez o futebol seja um dos esportes que mais resista à ciência e à tecnologia de forma geral. E hoje temos a facilidade de ter este intercâmbio e poder conversar sobre o que é feito em outros lugares. Acho perfeitamente possível, a medida que se tenha 

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