O caso envolvendo as injúrias raciais contra o goleiro Aranha está nas mãos da polícia, o que não significa que o Grêmio tenha desistido de mais ações. Motivada pelos cânticos de cunho racista proferidos por torcedores no jogo do último domingo contra o Bahia, a direção do clube gaúcho promete fechar ainda mais o cerco contra manifestações que possam prejudicar a instituição, já excluída da Copa do Brasil na quinta, por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O espaço destino à Geral na Arena tem tudo para se transformar num "Big Brother" à parte.
Os próximos jogos em casa (contra Atlético-PR, dia 10, e Santos, 18, ambos quarta-feira) funcionarão como um teste para a direção saber se precisará ser ainda mais ferrenha nas ações preventivas e nas punições. Entre as medidas de curto prazo que devem, aos poucos, entrar em prática estão o direcionamento de mais câmeras para o setor da arquibancada norte – mais popular, sem cadeiras e que abriga a Geral – e até a tentativa da ação de "infiltrados".
No caso, serão colocados no local orientadores sem identificação, misturados à torcida. Assim, ele poderá chamar a atenção de pessoas que proferirem injúrias racistas ou cânticos dessa natureza. Ou até mesmo, produzir vídeos como prova para posterior sanção.
Os cânticos com o termo "macaco", proferidos no domingo justamente no jogo seguinte ao episódio com o goleiro santista (assista abaixo), foi encarado como uma "provocação" da Geral do Grêmio pela direção. Na segunda, o Conselho de Administração divulgou nota oficial em que anunciou suspensão de direitos da organizada, entre eles inclusive o de usar a marca Grêmio.
Embora o clube tenha mantido contato com líderes da Geral, em nenhum momento foi pedido para que a organizada tirasse das músicas entoadas os termos racistas, como "macaco" ou "macaco imundo", presentes em dois cânticos. Pelo Twitter oficial da torcida, a Geral afirmou que eliminou essas expressões.
As investigações prosseguem com a identificação dos torcedores que cantaram os termos. Eventuais sócios e conselheiros serão punidos, após abertura de sindicância interna. O clube não descarta processá-los na Justiça por danos à imagem da instituição. A hipótese de colocar cadeiras no setor da arquibancada norte ainda não foi colocada em pauta, mas não está descartada por membros do Conselho de Administração.
As medidas do clube, no entanto, não mudaram a opinião dos auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que, em julgamento na quarta, excluíram o Grêmio da Copa do Brasil. O departamento jurídico do clube promete recorrer.
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