Setor avícola brasileiro ganha mercado no México e no Sudeste da Ásia

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Depois de receber aprovação para exportação de carne de frango aos mexicanos em 2013, o Brasil vendeu mais de 3,5 mil toneladas para o México durante os primeiros cinco meses deste ano, e deve chegar a 30 mil toneladas exportadas até o final do ano, disse Ricado Santin, vice-presidente para Aves na Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), durante recente entrevista concedida à CarneTec.

O Brasil tem atualmente cinco frigoríficos de aves aprovados pelo México, mas este número deve aumentar ainda este ano, em parte devido às lutas em curso para o setor de suínos da América do Norte contra o vírus da diarreia epidêmica de suínos (PEDv), o que aumenta a demanda por aves, acrescentou Santin.

O México está entre os três maiores mercados do mundo para a importação de carne de frango, e comprou cerca de 700 mil toneladas em 2013.

O Brasil é o terceiro maior produtor de carne avícola do mundo e o primeiro em exportações de carne de frango, com a aprovação de vendas para 155 países. O país produziu mais de 12,3 milhões de toneladas de aves em 2013, abaixo dos 12,6 milhões do ano anterior. A ABPA espera que esse número se recupere para cerca de 12,7 milhões de toneladas este ano.

O Sudeste da Ásia e a África também são pontos focais para novas negociações comerciais de aves brasileiras este ano, porque possuem forte potencial de crescimento da renda, disse Santin.

Dos 28 países com níveis de consumo per capita de aves abaixo de 2 kg por ano, 19 estão na Ásia e na África. Até a renda média diária chegar a US$ 7 na África (US$ 3,19) ou Sudeste Asiático (US$ 3,32), quase todos os ganhos de renda para os consumidores de lá vão para o alimento, e principalmente proteína, de acordo com a OD Consulting.

Na China, 29 frigoríficos brasileiros foram aprovados até junho para exportação de carne de frango àquele país, e Santin espera até oito mais para ganhar a aprovação este ano. A China ficou em terceiro lugar nas exportações brasileiras de aves durante os primeiros cinco meses deste ano, com 89,9 mil toneladas, um aumento de 15,8% ante um ano atrás.

Quanto à Indonésia, a ABPA está ajudando o governo do Brasil a preparar pesquisas de mercado e questões para um painel da Organização Mundial do Comércio (OMC), desafiando a recusa do país a aprovar a carne avícola brasileira para importação.

A Indonésia impõe barreiras comerciais injustificadas à avicultura brasileira desde 2009, de acordo com a ABPA. Depois de esgotar todas as etapas de negociação na OMC nos últimos anos, o governo do Brasil pode agora avançar com um painel de investigação formal. Isso pode ser iniciado nos próximos três meses, disse Santin, mas depende de quando o governo brasileiro se sentir pronto para prosseguir o debate.

Em Mianmar, o Brasil está à espera da resposta oficial do governo sobre um certificado de saneamento enviado no início deste ano. Representantes comerciais brasileiros e a ABPA vão realizar um workshop em Mianmar nos próximos três meses para os funcionários públicos de lá, disse Santin.

Para a Malásia, o Brasil está à espera de uma resposta oficial do governo depois de uma visita técnica feita em 2013 por representantes da Malásia a frigoríficos brasileiros. Santin acredita que dois ou três processadores brasileiros possam ser aprovados até dezembro, mas disse que o resultado das negociações é difícil de prever no momento, porque elas permanecem entre governos.

O Paquistão aprovou exportações de carne de frango brasileira em março, abrindo um dos maiores mercados de crescimento para proteínas no mundo ao Brasil, o maior produtor e exportador mundial de carne de frango Halal certificada. As vendas ainda não começaram, com o Brasil à espera de decisão do Paquistão sobre a oportunidade de visitar e aprovar plantas específicas, ou para aceitar uma lista geral de plantas do Brasil com certificação Halal.

A ABPA também está estudando a possibilidade de encorajar o governo do Brasil a apresentar queixas na OMC contra a Nigéria, devido a medidas de proteção daquele país contra as importações de carne avícola. A ABPA pode pedir ao seu Conselho de Administração para votar sobre a questão em breve, disse Santin.

Fonte:  CarneTec

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